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HUGO MACIEL DE CARVALHO
( Minas Gerais – Brasil )
Trabalho como revisor, preparador e editor de textos desde 2005. Também sou escritor e professor particular de Língua Portuguesa, Redação e Literatura.
Como editor, possuo bastante experiência na área acadêmica, no mercado editorial (leitura crítica e aconselhamento editorial, ghostwriting, revisão e preparação de livros de ficção e não-ficção), na revisão de documentos diversos (contratos, petições, consultas), material publicitário e comercial (folders, panfletos, informativos) e na análise crítica de conteúdo para Web.
Sou formado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). Trabalhei em escritórios de advocacia e em órgãos públicos, tanto em Minas Gerais como em São Paulo, possuindo experiência nas áreas: tributário, societário, civil, trabalhista e administrativo. Durante a graduação, fui membro da Academia de Letras da Faculdade de Direito da USP.
Meu interesse pela literatura me levou a fazer diversos cursos na área editorial e a iniciar uma segunda graduação, em Letras, também pela USP.
Participo do debate cultural da cidade de Uberaba-MG desde a década de 1990. Escrevi artigos para jornais e revistas de circulação regional, tais como o "Jornal de Uberaba" e a revista "Destaque", de Sacramento-MG.
Publiquei diversos poemas e contos nas revistas "Phoenix" (publicação da Academia de Letras da Faculdade de Direito da USP) e "Dimensão" (revista internacional de poesia editada pelo Instituto Triangulino de Cultura). Fui um dos editores da revista eletrônica "POA 2502", além de autor do conto "O transporte do futuro".
Sou um dos editores da Revista Fantástika 451, que discute a literatura fantástika (ficção científica, fantasia, horror, wierd e outros gêneros).
Também fui publicado na antologia "A poesia em Uberaba: do modernismo à vanguarda", editada pelo Instituto Triangulino de Cultura, e na revista "Trajetória Literária" (tive um poema premiado no Concurso Literário de Suzano-SP).
Biografía extraída de: http://www.revisereveja.com.br/
BILHARINHO, Guido. A Poesia em Uberaba: do Modernismo à vanguarda. Uberaba: Instituto Triangulino de Cultura, 2003.
336 p. Ex. bibl. Antonio Miranda
pértica
Visão do sol surgir
(é como)
vazio-lírico
aceitar lânguido
fuligem acre
manhã opaca
estridentes cítaras
Visão de estátuas
(como)
ofegantes-bêbas
ainda riem da imagem
turva
que se concedem
e não percebem
vate
fútil-vaga
do sol
metamorfo
Escarvado
entre o marfim dos poros
estafadoemimagenscegas
corrosão lírica
demente
Surrealbrilhoocultonosolhos
desce mudo à veias
inferidas veredas
campanário dos cegos
morfemas
em papel morfina
dilatadas no suor dos dedos
liturgia inútil
Trans-forma a extensão oculta
na queda invisível
turbilhão
e musgo se cria
gemendo na pia
brusco no chão
cadeiras na rua
a fuga da nua
coleiras não
à sujas freiras
fingindo moleiras
que mudas são
o fel cai em possas
derrama das costas
em bel alusão
são feiras pilhérias
das mortas artérias
que deita sermão
sentada fingindo
à Mãe um carinho
cansada então
em novo ano morto
fantasmas exortos
o ovo livre e insão
cadeiras caducas
prazeres eunucas
de asneiras safa não
marchando bem loucas
despidas de toucas
manchando o sangue vão
caído o umbigo
um eixo partido
puído sem coração
em pé de repente
cabelos no dente
cadela traindo o cão
varandas perdidas
calçadas feridas
lavandas, cheiros, sabão
a banda se cansa
tambores e dança
balança a carcaça no chão
(orgia)
Extenuar o braço
aberto ao
chão
Girar das liras
o pé que o
prosta
multifaz-se
No couro saltam
veias
correm-esgotam
murchas
em estalos
se ouvem
palmas
risos
Respinga seco
o sumo
tingindo os pés
repisam,
moendo os braços
chão
fermenta o sangue
nos copos
é uma linha tênue
segue
dobra-se em curvas
se sobe
onde some?
se desce
onde morre?
não de pontos
ou rimas
o fluxo
insano
mas existe
bailarina
Ao fluxo corre o lacre,
no reflexo abrir das pálpebras
um arco fecha a íris.
Chove um soluço seco;
brilho cego de olhos ristes.
Tão tísicas e gastas do azul
se abrem gratas.
flagrante impróprio
I
Escapam os passos
o silêncio roça nos corpos
Um desígnio se agita
em inábil intuito
Tremores impróprios
efervescendo no escuro a palpitação prolongada
Espalha-se o ranço da chacina contígua
Agre deleite se verte à garganta
a voz atravessa embebida
Agitam-se os corpos
perdidos em irreversível vertigem
espatifados no chão
II
Fragância lúgubre
efervescendo na aurora o terremoto obscuro
Largos passos se escutam
Crepúsculo alheio
o gelo dos flashes consome nos olhos
- Irrompe nos dentes a sede dos justos -
Interrompe o sabor do inabalável fato de glória
III
O plausível enleia os credos
Um funeral proscrito
Ar frio invadindo os corpos
Toma o solo a úmida calma
*
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Página ampliada e republicada em maio de 2022
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